segunda-feira, 23 de junho de 2008

Reportagem sobre o livro "Olho Neles" no Jornal de Noticias


23 Junho 2008


Filha narra último ano de vida do pai
00h03m
carina Fonseca


"Manda-te para a frente, cachopa!", dizia-lhe o pai. Margarida, 30 anos, seguiu o conselho de Jorge Oliveira, atingido fatalmente por um tumor cerebral. Vui-o ser devorado pela doença e decidiu narrar a vivência daqueles 13 meses num livro.
Em jeito de homenagem, mas também para ajudar as vítimas de cancro, que, a seu ver, ainda é tabu. "Olho Neles" pretende quebrar o silêncio e alertar para a desprotecção em que a autora crê estarem mergulhados os doentes e familiares. Tudo fez por sua iniciativa, a partir de Nisa, onde vive.
O lançamento aconteceu em 25 de Abril último e, em pouco mais de uma hora, foram vendidos 211 exemplares. A caminho da segunda edição, Margarida Oliveira alimenta, também, um blog (http://olhonelesdemargaridaoliveira.blogspot.com)e um grupo na rede social "Hi5" (www.hi5.com) , sobre o tema. Por dia, recebe cerca de 100 mensagens.
"Respondo a todos os mails," assegura. Nessas linhas, conhece histórias e desabafos daqueles que, como ela, viram o cancro irromper-lhes vida dentro. "Alguns testemunhos são de tal modo chocantes que nem me atrevo a publicá-los", conta. Também lhe pedem conselhos sobre chás anti-cancerígenos ou, simplesmente, para suavizar as dores. Porque Margarida, além de ser mãe a solo, escrever e manter um bar, tem uma ervanária. E ainda quer estudar Enfermagem.
A autora assume como quase natural a adesão que veio com a publicação de "Olho Neles" (expressão que encimava os textos de opinião do pai no "Jornal de Nisa"). E explica: "Quando via aquela gente no Instituto Português de Oncologia (IPO), via a tristeza, a solidão, e pensava: se alguém um dia lhes estica a mão, são mais que as mães. O cancro é tabu, as pessoas têm vergonha de falar e uma grande necessidade de ajuda". Di-lo com ternura. Sempre sublinhando que o que faz, faz para ajudar quem sofre com o cancro. "Não estou aqui para ser famosa!".
Precisamente para acabar com esse "tabu", Margarida Oliveira descreveu com crueza a sua própria história. Da degradação física ao sentimento de perda de dignidade do pai. Jorge Oliveira, socialista convicto, era muito popular entre os jovens da terra. Ironicamente, a doença foi detectada em 22 de Fevereiro de 2005, data em que José Sócrates conseguiu a maioria absoluta, tinha ele uns saudáveis 60 anos. "Não fumava, não bebia, não fazia uma noitada, só pedia peixe e legumes. Isto pode ser explicado?", questiona Margarida. Jorge faleceu 13 meses depois, no Dia do Pai.

quarta-feira, 11 de junho de 2008

Noticia do jornal "Diário de Noticias"

Gel para úlceras aumenta mortes por cancro PATRÍCIA JESUS

Alerta. Decobertos novos riscos de gel utilizado por diabéticos Medicamento é comercializado em Portugal A agência norte-americana que regula os medicamentos, a Food and Drugs Administration (FDA), alerta que o Regranex, um gel utilizado pelos diabéticos para a cicatrização de feridas, aumenta a mortalidade por cancro. O medicamento é comercializado em Portugal e o Infarmed diz estar a acompanhar a situação.O alerta da FDA surge depois de ter recebido, em Março passado, os dados de um estudo que sugeria que os diabéticos que aplicavam este gel tinham maior incidência de cancro. A monitorização do medicamento continuou após a aprovação porque o Regranex favorece a divisão mais rápida das células. Depois de rever os resultados do estudo, a FDA concluiu esta semana que a probabilidade de morrer de cancro é cinco vezes maior para doentes que tenham usado três ou mais tubos de Regranex, quando comparado com outros que não tinham usado o gel.No entanto, não foi verificado um aumento de casos de cancro no grupo mais geral de doentes ou nos que tinham utilizado o medicamento em quantidades menores, mas a agência salienta que o estudo foi demasiado curto para detectar novos casos.Assim, a agência emitiu um comunicado em que diz que "o Regranex não é recomendado a pacientes que tenham um historial conhecido de tumores malignos."No entanto, a autoridade norte-americana reconhece que quando o medicamento é usado com bons cuidados médicos aumenta as hipóteses de cura das úlceras diabéticas, um tipo de ferida que tem poucas alternativas de tratamento. Por isso, recomenda que o gel seja usado só quando os benefícios superarem os riscos. Recomendou também que esta nova informação seja incluída na bula do medicamento. Nos Estados Unidos, a empresa que detém o Regranex já adicionou um aviso sobre este risco. A Johnson & Johnson's, que vende o produto no mercado norte-americano, disse ainda que o alerta foi emitido com base em quatro casos de cancro entre doentes que utilizarem três ou mais tubos.O Infarmed está a seguir a revisão do estudo feito pela FDA no sentido de se apurar se os benefícios oferecidos pelo medicamento são superiores aos riscos. Carlos Pires, da Autoridade nacional do medicamento disse ainda ao DN que o Infarmed seguirá as recomendações que forem decididas a nível europeu. No entanto, a Agência Europeia do Medicamento ainda não fez nenhuma recomendação.

segunda-feira, 9 de junho de 2008

Não custa nada contribuir para um causa com esta dimensão!É só clicar...

Mensagem do Dr. Daniel Pereira da Silva director do serviço de Ginecologia do Instituto Português de Oncologia (IPO) de Coimbra... 2 minutos... Caros Amigos e Amigas Preciso da vossa ajuda. Assinem a petição www.cervicalcancerpetition.eu . para que o cancro do colo do útero venha a ser discutido no parlamento europeu, de modo a que os rastreios sejam uma realidade em todos os países, nomeadamente em Portugal, onde só existe na região centro.
Obrigado

segunda-feira, 2 de junho de 2008

"Comentários sobre o profissionalismo médico"

"Os médicos, por mais que não conheçam os seus pacientes de lugar algum, sofrem e sentem tanto ou mais que nós. São eles que dão tudo por tudo para nos salvar vida. Não posso acreditar que assim não seja. Por mais que demonstrem, por vezes alguma insensibilidade, nada não passa de um escudo protector para poderem defender-se dos seus próprios sentimentos. Também porque certas pessoas não têm noção do que é o exagero… Quando têm alguém de quem gostam muito, ao cuidado dos médicos, acabam por querer saber mais que os próprios!
São humanos, como eu e outra pessoa qualquer. Por mais que haja quem diga o contrário, eu sei que, ao fim de verem tanta gente a sofrer e por vezes a morrer, é natural que ganhem aquele característico estilo insensível..."

Olho Neles, pag.31